PORTFÓLIO DE PESQUISA E PRÁTICA PROFISSIONAL – ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

Autoria: Adriana Carvalho Miguel

1. INTRODUÇÂO

O presente trabalho Pesquisa e Prática Profissional-Organização Escolar pretendem fazer uma reflexão, sobre o agir e os desafios que já começamos a enfrentar no curso de pedagogia, assim como a conexão entre teoria/prática, e sua operalização dos conhecimentos adquiridos até a presente etapa acadêmica.

O objetivo desta UTA é possibilitar a reflexão do pedagogo, do professor e dos trabalhadores em educação, sobre uma forma de organização do trabalho pedagógico desenvolvidos nas escolas. Veremos que a gestão da escola não pode ser entendida fora do atual contexto socioeconômico e político que ora vivemos, que a expansão de uma política governamental atinge todas as esferas da sociedade brasileira. 

E essa sociedade, por sua vez, não pode ser entendida desvinculada do seu caráter clássico, desigual e injusto, mas permeada pelas contradições do próprio capitalismo.

Todo conhecimento acadêmico é extremamente importante, e este não foi diferente conhecer como acontece à gestão de uma escola, como o trabalho pedagógico é distribuído. Foi muito gratificante e prazeroso.

A metodologia adotada para compor este portfólio foi basicamente a pesquisa nos livros base da UTA, artigos em site  na internet e visita a uma instituição de ensino não formal onde realizei a observação das atividades realizadas. Depois de recolher todo o material necessário passei para a elaboração, digitação e formatação do trabalho.

Ao longo deste portfólio iremos  conhecer o trabalho da gestão na Escola; analisar as características da gestão participativa e democrática que ocorrem na escola; reconhecer os diferentes tipos de gestão que ocorrem, nos diferentes momentos da rotina da escolar; investigar a verdadeira atuação do gestor frente as suas diferentes atribuições.

O referido portfólio é de suma importância para instrumentalizar o estudante de Pedagogia e futuro profissional da educação, para ser um conhecedor das modalidades de gestão presentes dentro do ambiente escolar.

2. PESQUISA E PRÁTICA PROFISSIONAL

2.1 Função da escola e tipos de gestão

A função primeira da Escola é instruir, passar o conhecimento acumulado por várias gerações. No entanto, cada vez mais, a escola está tomando o lugar da família. Muitos pais colocam o filho na escola, para essa educar, no sentido de educação doméstica. Os pais falam sempre em falta de tempo. Mas, a escola tem muito menos tempo ainda. E mesmo se o tivesse, não creio que passar valores familiares tenha lugar na escola. O professor é um dos atores que propiciam ao aluno o desenvolvimento, promovendo o saber cientifico. O diretor é determinante para a organização da escola. O pedagogo desenvolve e encaminha as ações pedagógicas, além de ser o elemento articulador entre os atores escolares e o PPP. Os pais servem de balizadores para os encaminhamentos e tornam-se corresponsáveis pelo processo educacional.

Gestão é a atividade pela qual são mobilizados  meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização. Gestão é um processo que envolve várias, ações, como diagnóstico tomada de decisões, definição de objetivos, encaminhamentos e procedimentos para avaliação para a retomada de rumo.

Existem vários tipos de gestão como:

Técnico Cientifico: versão conservadora, tem como foco a gestão empresarial, não existe preocupação com as relações humanas que se dão no espaço escolar. Autogestionária: incentiva o exercício da coletividade, as decisões são tomadas em assembleias. Democrático – participativo: apresenta-se como elemento de contra hegemonia em face da implantação direta e acrítica dos princípios e métodos da administração geral na gesta escolar.

A formação continuada é de suma importância, pois, o professor deve estar preparado tanto teoricamente quanto em sua prática para interagir de maneira conjunta com os diversos elementos que compõem a dinâmica escolar. Também é preciso, além disso, conhecer os processos de aprendizagem para oferecer o melhor atendimento para o aluno que apresentar problemas específicos.

2.2. APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

A escola investigada é mantida pela prefeitura e fica na cidade de Três Lagoas-MS, ela  conta com 716 alunos de baixa renda. A escola oferta a  Educação Infantil; Ensino Fundamental I e II, no período da manhã e da tarde. Cada sala tem em média 30 alunos. Todos os professores possuem pós graduação na área da educação.

Os sujeitos que integram o espaço escolar são os alunos, os professores, a equipe pedagógica, a direção, os pais, os funcionários da secretaria, os funcionários da limpeza.

A função da escola é formar cidadãos capacitados, que sejam questionadores de tudo o que há em sua volta. A aprendizagem escolar molda o caráter do aluno, com o objetivo de torná-lo melhor do que outros na sociedade, apurando seu sentido crítico com tudo o que acontece em sua volta, mostrando quais direitos ele tem perante a sociedade e quais deveres ele precisa exercer.

A função do pedagogo se faz necessária por proporcionar a interligação entre os profissionais da escola. Ele é o elo para o trabalho em conjunto para que a escola realize de fato o seu papel de proporcionar uma educação que desperte a comunidade para o processo de emancipação da sociedade, partindo da sua própria emancipação. Hoje temos profissionais qualificados no mercado de trabalho, capazes de exercer a função de forma competente, elevando a qualidade do ensino.

É impossível que a escola ofereça uma educação emancipadora sem que ela própria seja primeiramente liberta do excesso de inovações.

3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

          Segundo o regimento da Escola a gestão democrática, tem a participação coletiva, onde todos os segmentos da comunidade escolar têm participação na gestão administrativa, pedagógica e financeira da escola nos vários aspectos de democratização. Também conta com a integração de outras entidades de fora da escola, tais como os sindicatos, cooperativas, e secretarias municipais.

          O serviço do Supervisor Escolar participa na elaboração dos Planos de Estudo, Regimento Escolar e Projeto Pedagógico e também na orientação de projetos que são desenvolvidos nas disciplinas ou área do conhecimento. Tem como função estimular, orientar, coordenar, assessorar e avaliar as funções pedagógicas.

Os professores  da escola defendem a formação em ciclos e sustentam que os ciclos reconhecem a existência de diferentes fases de desenvolvimento vivenciadas pelos educandos, crianças, adolescentes, jovens e adultos, os quais constroem seu processo de formação, a partir da interação com o ambiente físico e histórico-cultural.

Segundo seus defensores, os ciclos de formação permitem ainda a continuidade e flexibilização na administração dos conteúdos e na aprendizagem dos educandos; possibilitam a organização das turmas segundo as diferentes fases de desenvolvimento. A escola ganha uma maior mobilidade para articular-se com a comunidade na qual está inserida, visando à consecução de sua função social.

4. SISTEMAS DE ENSINO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

Segunda as entrevistadas os serviços terceirizados são: os da limpeza, a segurança e as cozinheiras da merenda. No ponto de vista das professoras no  serviço terceirizado há uma grande rotatividade de profissionais na rede escolar, o que faz com que os professores e alunos fiquem perdidos, pois a constante troca faz que não se crie entrosamento suficiente entre esses profissionais de apoio e a comunidade da escola. Esse profissional não tem vínculo com a escola e sim com as empresas contratadas pelo governo.

Segundo as Políticas Educacionais não se verificou, no município, a articulação das ações gestoras dentro de um projeto político e pedagógico, tanto na esfera da instituição escolar quanto na do sistema.

Em relação aos DCN, DCN-EJA, DCM-educação especial os dados obtidos sugerem que as professoras e as escolas  conhecem as Diretrizes Curriculares Nacionais, fazem menção a elas em seus projetos pedagógicos e, em alguns casos, observa-se até grandes semelhanças em sua formulação, inclusive com frases idênticas. Apesar disso, não adotam o modelo de gestão participativa, e a formação de alguns profissionais, denominados “professores”, não corresponde ao sugerido como mínimo pelas Diretrizes.

Sobre o ano letivo de 200 dias provavelmente quem idealizou esta proposta imaginou que o estudante, estando mais dias em sala de aula, aprenderia mais. Isto é falso! Existem tantos fatores pedagógicos e psicológicos envolvidos na aprendizagem dos estudantes que a interferência de mais ou menos dias de aula é insignificante. Se a aula é ruim, pedagogicamente falando, pode botar "dez mil dias de aula/ano" que a aprendizagem dos estudantes continuará sendo medíocre.

5. FUNDAMENTOS  HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O I Congresso da SBHE foi realizado no período de 06 a 09 de novembro de 2000, no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O tema central do I CBHE foi Educação no Brasil: história e historiografia, desdobrado nos seguintes subtemas: Estado e Políticas Educacionais; Fontes, Categorias e Métodos de pesquisa em História da Educação; Gênero e Etnia; Imprensa Pedagógica; Instituições Educacionais e/ou Científicas; Pensamento Educacional; Práticas Escolares e Processos Educativos; Profissão Docente.

Além do livro de Resumos e do CD-ROM contendo a íntegra dos trabalhos apresentados no I CBHE, o livro Educação no Brasil: História e Historiografia reúnem os textos apresentados nas Mesas Redondas que fizeram parte da Programação do I CBHE.

Sobre a constituição de 1891 no Art.69 são cidadãos brasileiros:

Os nascidos no Brasil, ainda que de pai estrangeiro, não, residindo este a serviço de sua nação; os filhos de pai brasileiro e os ilegítimos de mãe brasileira, nascidos em país estrangeiro, que estabelecerem domicílio na República; os filhos de pai brasileiro, que estiver em outro país ao serviço da República, embora nela não venha domiciliar-se; os estrangeiros, que achando-se no Brasil aos 15 de novembro de 1889, não declararem, dentro em seis meses depois de entrar em vigor a Constituição, o ânimo de conservar a nacionalidade de origem os estrangeiros que possuírem bens imóveis no Brasil e forem casados com brasileiros ou tiverem filhos brasileiros contanto que residam no Brasil, salvo se manifestarem a intenção de não mudar de nacionalidade; os estrangeiros por outro modo naturalizados.

Sobre os  Direitos o Art.72 diz:

A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: Ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Todos são iguais perante a lei. A Constituição de 24 de fevereiro de 1891 é fruto do processo republicano, que teve no federalismo uma das ideias-força de sua propagação e  amadurecimento no Brasil. Assim também, o texto constitucional vai refletir principalmente as formulações das correntes liberais.

Sobre as leis de Diretrizes e Base da Educação do século XX  Art. 2º A educação, é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do  educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Sobre  a educação básica no estado MS ela teve 15,6% de alunos reprovados em 2011, aponta Inep segundo a pesquisa, com base no Censo Escolar do ano passado, 14,1% dos estudantes que fazem parte do Ensino Fundamental e 17,1% dos matriculados no Ensino Médio, não conseguiram passar de série. Na zona urbana, os resultados do Censo Escolar apresentaram 14% de reprovação de alunos da 1ª a 9ª série e 17,5% em nível médio, com maiores dificuldades de aprovação para aqueles que estudam o 6º ano, 22,5% e 1º ano do segundo grau, 24,7%.

Na zona rural, o índice é um pouco mais alto, com 14,8% de reprovação para os estudantes do Ensino Fundamental e 11,2% para o Ensino Médio. A maior dificuldade para quem estuda em instituições fora da área urbana continua sendo o 1º ano para o médio e o 2º ano do Fundamental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho pretendeu  fazer uma reflexão, sobre como agir e os desafios que já começamos a enfrentar no curso de pedagogia, assim como a relação teoria/prática, e sua operalização dos conhecimentos adquiridos até a presente etapa acadêmica.

A intenção deste trabalho é mostrar os componentes do espaço escolar e suas relações, possibilitando a averiguação da complexidade dessas interligações   e como elas interferem, não apenas no resultado, mas no processo em si.      

Creio que os objetivos foram alcançados, ao término deste trabalho pude constatar que a teorias sobre as práticas pedagógicas têm sido estudadas e debatidas nas escolas e nos espaços de formação docente, no entanto, ainda são nítidas as diferenças entre as propostas curriculares, os projetos políticos-pedagógicos e as efetivas práticas pedagógicas em sala de aula.

Estudar, analisar e conhecer a dinâmica do processo organizacional do espaço escolar é de suma importância na elaboração de uma prática docente mais consciente e fundamentada. 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição(1891). Diário oficial da república dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 24 de fev.1891.

LDBEN. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LEI Nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996.

http://www.msja.com.br/noticias/educacao/ms-teve-15-6-de-alunos-reprovados-em-2011-aponta-inep

http://www.sbhe.org.br/novo/index.php?arq=arq_cbhe1&titulo=I%20CBHE